sábado, 26 de junho de 2010

A ESCOLHA DO COMPANHEIRO

Atualmente o casamento não tem mais o caráter sagrado comum que tinha a quarenta ou cinqüenta anos atrás. Hoje muitos vivem juntos sem casarem-se, entram no matrimônio casualmente e os casamentos dissolvem-se facilmente.
Para muitos a escolha cuidadosa de um companheiro para toda a vida e o compromisso de viver com este parceiro escolhido para o que der e vier, digamos assim, foram substituídos por uma atitude egoísta que vê o casamento como um arranjo conveniente, o qual pode ser sempre terminado no caso do amor esfriar.
Para os cristãos, a permanência do casamento é ainda reconhecida. O divórcio, embora à cada dia mais comum, não é encorajado e os solteiros levam muito a sério a escolha do cônjuge.
A Bíblia diz pouco sobre a escolha do companheiro. Jesus deu sua aprovação ao casamento e o apóstolo Paulo fez o mesmo, mas nenhum deles discutiu como escolher o cônjuge.
Isto reflete, talvez, o fato de que nos tempos bíblicos a escolha do parceiro não era responsabilidade dos envolvidos.
Exemplificando, vamos considerar a escolha da mulher de Isaque. Abraão enviou o seu servo, o mais velho da Casa, numa longa viagem para encontrar uma candidata adequada:

Para que eu te faça jurar pelo Senhor Deus dos céus e Deus da terra, que não tomarás para meu filho mulher das filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito. Mas que irás à minha terra e à minha parentela, e dali tomarás mulher para meu filho Isaque (Gênesis 24:3,4).
Quando Rebeca foi escolhida, os pais dela foram consultados e else perguntaram à moça se ela estava disposta a deixar a família e viajar a fim de casar-se com um homem a quem nunca vira. Ficou implícito que o Senhor orientou esta escolha, mas amor, personalidade, compatibilidade, o desejo da noiva e do noivo tiveram pouco a ver com o caso:

Então lhe perguntei, e disse: De quem és filha? E ela disse: Filha de Betuel, filho de Naor, que lhe deu Milca. Então eu pus o pendente no seu rosto, e as pulseiras sobre as suas mãos; e inclinando-me adorei ao Senhor, e bendisse ao Senhor, Deus do meu senhor Abraão, que me havia encaminhado pelo caminho da verdade, para tomar a filha de meu senhor para seu filho (Gênesis 24:48).
Agora, a situação de Jacó foi diferente. Ele se apaixonou por Raquel e na ausência dos seus pais o noivo tratou diretamente com o pai dela, embora não com a noiva (Gênesis 29).
Tanto Isaque quanto Jacó casaram-se tarde na vida, mas parece que nos tempos bíblicos os rapazes e moças casavam-se bem cedo, algumas vezes já aos doze ou treze anos.
Talvez tenhamos duas orientações bíblicas para a escolha de um cônjuge: Primeira, a Escritura deixa claro que os cristãos não podem estar ligados aos descrentes de um modo que afete sua pureza moral.

Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o file com o infiel? (II Coríntios 6:14,15).
Aqui o apóstolo Paulo exorta vigorosamente os crentes a que não se misturem com incrédulos no sentido de participarem do seu modo de vida. O casamento, naturalmente, é a maneira suprema de se partilhar da vida de outrem; ma o apóstolo parece ampliar o escopo de sua exortação à medida que vai escrevendo.
A idéia é enfatizada em I Coríntios 5, onde Paulo acrescenta que já aconselhara a não se associarem com os impuros, e especificamente aplicada ao casamento quando declara que, se o marido morre, a mulher FICA livre para casar-se de novo. Contudo, mesmo assim, não se deve precipitar, seu novo casamento deve ser feito no Senhor.
A segunda orientação refere-se à orientação divina. Assim como o servo de Abraão esperou e experimentou a orientação de Deus ao escolher uma esposa para Isaque, nós podemos hoje esperar igualmente que ele nos guie na escolha de um cônjuge.

Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento (Provérbios 3:5).
O coração do homem planeja o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos (Provérbios 16:9).
A boa ou má escolha de um companheiro
Se o Senhor não edificar a Casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela (Salmos 127:1).
O Deus que nos criou designou o casamento e a família como a mais fundamental das relações humanas. Hoje em dia, vemos famílias atormentadas pelo conflito e arrasadas pela negligência e o abuso. O divórcio tornou-se uma palavra comum, significando miséria e dureza para os múltiplos milhões de suas vítimas. Muitos homens jamais aprenderam a serem esposos e pais devotados. Muitas mulheres estão fugindo de seus papéis dados por Deus. Pais que não têm nenhuma idéia de como prepararem seus filhos, estão assim perturbados pelo conflito com seus rebentos rebeldes. Outros simplesmente abandonam seu dever, deixando filhos sem qualquer preparação ou provisão.
Para muitas pessoas, a frase familiar e confortadora "LAR, DOCE LAR" não é mais do que uma ilusão vazia. Não há nada doce ou seguro num lar onde há o abuso, a traição e o abandono.
Há solução? Podemos evitar tais tragédias em nossas famílias? Poderão os casais manterem o brilho do amor e do otimismo décadas depois de fazerem os votos no casamento? Haverá esperança de recuperação dos terríveis erros do passado?
A resposta para todas estas perguntas é sim!
As soluções raramente são fáceis. A construção de lares sólidos não acontece por pura sorte. Somente pelo retorno ao padrão de Deus para nossas famílias poderemos começar e entender as grandes bênçãos que ele preparou para nós em lares construídos sobre a rocha sólida da sua palavra.
Se a pessoa se casa com o parceiro errado, a vida pode ser miserável, e em vista disto, alguns indivíduos têm medo ou não estão dispostos a correr o risco de escolher um cônjuge e construir um lar.
Por que escolher um cônjuge – a opinião corrente é que as pessoas se casam por estarem apaixonadas. O amor, porém, é uma das palavras mais contraditórias e ambíguas em nossa língua. Apaixonar-se é sentir uma proximidade e intimidade excitante e maravilhosa com outro pessoa, mas este auge emocional não dura para sempre por si mesmo.
A fim de que o amor profundo persista e cresça, é preciso existir uma relação de entrega a outrem como a descrita em I Coríntios 13. Estar amando, é experimentar um estado de emoção; crescer em amor é envolver-se deliberadamente em atos de entrega, dar-se a si mesmo.
Os casamentos bíblicos, como os que ocorrem hoje em muitos países, foram baseados em outros pontos dos sentimentos, e mesmo em nossa sociedade é provável que as pessoas se casem na verdade por outras razões e não por amor. Essas outras razões podem ser diversas, mas provavelmente se concentram ao redor da idéia das necessidades. As pessoas se casam porque isto as capacita a satisfazer suas próprias necessidades e as de outros mais eficazmente.
Algumas também se casam devido a uma gravidez pré-conjugal, à pressão da sociedade, ao desejo de escapar de um lar infeliz, medo de ficar sozinho, ou impulso de salvar uma pessoa solteira em dificuldades. Cada uma dessas razões para o casamento satisfaz alguma necessidade, embora nenhuma delas por si mesma possa ser a base para uma relação conjugal amadurecida e estável.
Por que alguns escolhem mal – embora a escolha do companheiro seja uma das decisões mais importantes da vida, ela é raramente feita de maneira lógica e analítica. Influências insidiosas, inclusive pressões por parte dos pais e da sociedade, além de desejos inconscientes, com freqüência impelem as pessoas a relacionamentos pouco saudáveis.
Segundo uma pesquisa, as necessidades mais comuns que os solteiros esperam satisfazer no casamento, são encontrar alguém para amar, confiar, mostrar afeição, respeitar seus ideais, apreciar os seus desejos, compreender suas disposições, apoiar nas dificuldades, faze-lo sentir-se importante e aliviar sua solidão.
Embora cada um desses pontos seja real e a grande maioria faça parte das uniões amadurecidas, a satisfação dessas e outras necessidades só pode existir quando cada cônjuge se dá igualmente na vida a dois. Quando as pessoas esperam receber sem dar, além de ser um sinal de imaturidade, com certeza ficarão decepcionadas. Quando escolhem um companheiro apenas com base naquilo que pretendem aproveitar do casamento, estão se preparando para tensões conjugais.
Por que as pessoas escolhem bem – apesar das dificuldades, algumas pessoas escolhem com sabedoria seu parceiro para a vida. Dentre diversas razões, podemos citar:
Convicções cristãs. Desde que a Bíblia ensina claramente que os cristãos devem se casar com cristãos, o crente deve buscar seu companheiro apenas entre cristãos. Desde que ninguém sabe quando um namoro pode acabar em casamento, é prudente que os cristãos solteiros limitem seu namoro a outros cristãos. Estes, que escolhem com sabedoria, oram com freqüência sobre a escolha de seu companheiro, primeiro a sós e depois em conjunto, como um casal.
Ressonância emocional. Muitas pessoas perguntam: "como saberei quando encontrar a pessoa certa?" para ouvir alguém lhe responder: "você vai saber!" Esta não é uma resposta muito satisfatória mas reflete uma observação comum. Algumas relações são tidas como harmoniosas e certas. Com outras "a chama não se acende". Escolher um companheiro com base apenas nesses sentimentos seria certamente pouco sábio, mas ignora-los ou não perceber seria também um erro.
Os efeitos da boa ou má escolha de um companheiro
A boa escolha não garante a evolução para um bom casamento, mas trata-se com certeza de um fundamento sólido para começar a construí-lo. A união conjugal envolve esforço, risco e algumas vezes decepções. Essas experiências jamais são fáceis, mas é mais agradável e motivador trabalhar com um parceiro compatível do que com alguém que aparentemente não foi uma boa escolha.
Existem muitas pessoas que acreditam ter escolhido mal, mas decidem construir o melhor relacionamento possível em suas circunstâncias. Essas pessoas descobrem que atos de amor freqüentemente resultam em sentimentos de amor e produzem casamentos razoavelmente bons.
Outras, entretanto, jamais se recuperam de uma escolha errada do parceiro. A infelicidade e o conflito caracterizam a união e o relacionamento se dissolve emocionalmente, ou legalmente, mediante a separação.

Amor a Deus
Um genuíno amor a Deus afetará o conceito do namoro. Ele será considerado uma oportunidade para se familiarizar com uma pessoa, de modo a avaliar seu caráter, personalidade, intelecto, disposição e aptidão em geral para o casamento.
O amor a Deus afetará nossa escolha de um parceiro para o namoro. O namoro tende a aumentar nossa tolerância das faltas do outro. Enquanto essas faltas sejam físicas, econômicas, sociais ou mesmo temporais por natureza, tal tolerância pode não ser fatal. Mas muito freqüentemente, faltas morais e espirituais chegam a ser aceitas e os resultados são desastrosos para a alma.
O amor a Deus também afetará a conduta no namoro. Deus será reconhecido como um acompanhante em todos os encontros. Seu olhar que tudo vê não será esquecido:

Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra (Salmos 119:9).
Quando duas pessoas que namoram escolhem amar e obedecer à Deus a chance deles serem felizes é muito maior.

Fontes de consulta:O novo comentário da Bíblia - Edições Vida Nova
Aconselhamento cristão – Gary R. Collins
Robésio de Oliveira Machado

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